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sábado, 5 de novembro de 2016

Escolas criminológicas e o documentário sobre Leonardo Pareja

JAGUARACI BARBOSA
A fama criada pelo psicopata (Leonardo Pareja) nos anos 90, quando o criminoso desafiou a polícia e consequentemente o Estado, tanto pelas suas práticas criminosas, quanto pela fugas cinematográficas e audácia de revelar seus possíveis destinos, em várias entrevistas dadas a emissoras de rádio e TV, despertou no Estado e em autoridades a necessidade de pegá-lo a qualquer custo. 


Isso porque, era imprescindível dar uma resposta à sociedade e mostrar que o exemplo do criminoso não deveria ser seguido, algo descrito na Escola clássica, a importância de o Estado punir o criminoso de forma proporcional ao seu crime, no menor tempo possível, visto que ele seria o único responsável pelos seus atos. 

O comportamento delinquente de Pareja, se enquadra na Teoria Positivista, principalmente, a partir da ótica dos discípulos de Lombroso, Ferri e Garófalo, que apontavam para questões de cunho sociológicos e psicológicos como fatores desencadeadores da criminalidade humana. O que pode ser percebido no histórico cultural/familiar e na afirmação de vários estudiosos sobre o comportamento psicopata do criminoso.

Com o olhar de Durkeim, diante da trajetória de Pareja e com base na Teoria da Anomia, poderíamos dizer que se trata de um exemplo nítido de que a sociedade está doente e em um estágio de incapacidade de controlar seus membros. Pois, mesmo com a prisão e posterior morte de Pareja, outros criminosos surgiram com poder destrutivo à sociedade ainda maior. 

Merton amplia a visão de Durkhein ao afirmar que tais indivíduos são frutos do sistema sociocultural, pois este estimula o conjunto social como um todo a alcançar certos objetivos, mas os meios legais disponíveis não são para todos. Tal dificuldade em conseguir os objetivos legalmente provoca comportamentos desviantes, a exemplo da inovação e da rebelião, estes conduzem o indivíduo à ilegalidade para alcançá-los.
Algo facilmente perceptível na vida criminosa, notadamente na de Pareja, e retratada no documentário, é que os excluídos de chegar aos objetivos pelos meios legais passam a formar grupos, ou seja, subculturas anômicas que vão buscar os objetivos na ilegalidade. Isso    é cientificado por Cohen na Teoria das Subculturas, o que em parte explica o surgimento e organização de grupos criminosos, facções e organizações criminosas.

 São algumas explicações para a prática criminosa e o vertiginoso crescimento do crime, na sociedade brasileira. 

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