Translate

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Inquérito Policial reúne evidências no caso da Vila Moisés

Na tarde desta sexta-feira (3) uma coletiva realizada na Secretaria de Segurança Pública apresentou as conclusões a que chegaram as apurações sobre o fato ocorrido na madrugada do dia 06/02/2015, na região da Estrada das Barreiras conhecida como Vila Moisés. O caso ganhou notoriedade internacional por resultar no número de 12 mortes após uma intervenção de policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Tático – Rondesp/Central.



Numa apuração minuciosa, que resultou na produção de 2.512 páginas, divididas em 11 volumes, onde foram transcritas declarações de mais de 80 testemunhas e compilados 59 laudos periciais, pode-se notar uma sustentação fática e científica das versões apresentadas pelos policiais militares empregados naquela ação no mês de fevereiro e a conclusão de que houve, de fato, um confronto.

REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS

Em 27/05/2015 foi realizada a reprodução simulada dos fatos, com duração de 9 horas, que foi uma peça fundamental para avaliar a dinâmica da ação, podendo confrontar informações dos laudos cadavéricos com a realidade do ambiente onde a ação ocorreu, o que, segundo afirmação do perito que presidiu a reprodução simulada, os deslocamentos e a cronologia colhida nas diversas declarações condizem com a realização simulada da ação.

OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS CONCLUÍDAS SOBRE A AÇÃO

A apuração concluiu que aquela região era investigada por suspeita de planejamento da ação de explosão a caixas eletrônicos e era também foco de uma ação de reforço do policiamento tático ostensivo, denominada impacto IV, na Vila Moisés e imediações naquele período. Além disso, um veículo modelo picape havia sido roubado naquela mesma manhã no local.

Também foi apurado durante a investigação que os indivíduos pertenciam a uma organização criminosa sediada na localidade da Engomadeira, local de residência da maioria deles, sendo que instalaram um ponto de venda de drogas na Vila Moisés, por se tratar de uma área onde a rentabilidade ilícita era maior e mais célere. Tais conclusões foram corroboradas pelos depoimentos dos próprios sobreviventes e por material de áudio colhido no âmbito da operação Adamantium, conduzida pelo Denarc, com a devida autorização judicial.

ESCUTAS TELEFÔNICAS APONTAM O ENVOLVIMENTO DOS MORTOS COM O CRIME

Uma investigação realizada pelo Departamento de Narcóticos registrou ligações telefônicas entre integrantes da quadrilha da região que constatam o envolvimento dos mortos na ação com a organização criminosa que atuava naquele bairro. Outra ligação telefônica também aponta para o financiamento do funeral dos envolvidos no confronto pelos traficantes de drogas.

CONCLUSÕES RELEVANTES

Ausência de tiros de encosto ou disparos de curta distância; ausência de lesões típicas de execução ou de movimento de defesa; inexistência de relatos de tiros isolados após os momentos de confronto; projéteis de arma de fogo encontrados em alguns dos corpos oriundos de armas de fogo apreendidas após o confronto, as quais estavam em poder dos resistentes; apreensão de 15 armas de fogo com cartuchos deflagrados e sinais de utilização recente e aptas a realizar disparos; constatação de que foram realizados 57 disparos contra os policiais e que as guarnições empregadas na ação utilizaram apenas 16% da capacidade bélica disponível.

Tais conclusões indicam, ao mesmo tempo, que houve fatalmente um confronto, que as guarnições utilizaram os recursos que dispunham de uma forma proporcional e comedida e que houve fogo cruzado entre as guarnições policiais e os demais envolvidos. Outras conclusões também apontam para o socorro prestado aos alvejados de forma imediata, logo após cessado o confronto.

Este inquérito policial foi remetido para o poder judiciário e servirá como peça informativa para subsidiar as demais fases do processo.

Site/PMBA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog