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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Tenente Coronel Sturaro: "Sou contra a greve da polícia militar"

Durante entrevista ao programa Se Liga Bocão, da rádio Itapoan FM, na noite desta terça-feira (25), o tenente-coronel Humberto Costa Sturaro Filho, comandante da Companhia Independente de Policiamento Especializado do Polo Industrial (Cipe-PI), em Camaçari, avaliou atuação da PM durante as manifestações ocorridas nos últimos dias e discursou sobre uma provável rejeição popular durante a greve da categoria.

Sobre o movimento, o coronel citou os critérios para artefatos utilizados para dispersar os manifestantes. “Nós utilizamos armamentos de dispersão que estão em uma escala, que foi escolhida para todos os casos, as menos agressivas”, explica o coronel.

O comandante da CIPE-PI fez questão de deixar claro “que a polícia não tem intenção de combater estudantes nem pessoas de bem, todos nós queremos uma cidade melhor. Policiais fora de escala participam de manifestações, filhos e parentes também,” e continuou com um pedido aos manifestantes. “Mas você que faz um movimento pacífico tem que isolar o vândalo. Identifique, tire do seu meio, mostre a PM”.

Sturaro ainda defendeu as iniciativas da polícia. “Não aceito dizer que a polícia iniciou de forma gratuita as ações. Todas as atitudes foram calculadas. Nós atuamos de forma técnica”, explica.

Excessos - Sobre as queixas de ouvintes durante o programa relacionadas a excessos cometidos por policiais durante as manifestações, Sturaro explica o motivo. “Com efetivo de 33 mil policiais militares não temos como dar capacitação para todos sobre atuação em manifestações. Existem falhas de desvio de conduta de alguns companheiros. Uma ação errônea estraga o trabalho de mil policiais”, reconhece o coronel.

Sturaro ainda pediu desculpas pelos excessos. “Estou aqui pedindo desculpa pelo desvio de conduta de algum companheiro. Infelizmente têm aqueles que aproveitam a situação para lavar sua alma. Nós não pactuamos com esse tipo de atitude e vamos melhorar cada vez mais nossa atuação. Essa correção se torna mais fácil, se for identificado com rapidez os vândalos”, afirma o Coronel.

Situação Iguatemi - “Fomos recebidos a adrianinos (fogos), caco de vidro e pedras, não poderíamos ficar expostos. A Polícia Militar tem o objetivo de proteger perímetro de segurança, ou resguardamos o perímetro, ou recuamos e deixamos os manifestantes terem acesso ao local de segurança. Se o movimento não pode se aproximar de determinado local, por que se aproximar? Será que tem que apedrejar e depredar? Lógico que isso tem característica de vândalos infiltrados”, afirma Sturaro, que comentou sobre a proteção da Arena Fonte Nova. “O perímetro da Arena é federal, temos que obedecer as determinações de segurança do governo”, explica.

Avaliação pelo Exército - “Nossa ações foram acompanhadas e elogiadas pelo Exército, que é a instituição militar que nos regula. Estou com plena consciência de dever cumprido. Todas as ações foram transmitidas ao vivo por uma pessoa do movimento, que procurou uma ação negativa. Somos preparados para lidar com isso, mas a prova de que não houve o que denegrir nosso trabalho foi a avaliação do Exército”, explica.

Greve - Questionado sobre a provável falta de apoio da população sobre a possível greve da Polícia Militar, por conta dos execessos nas manifestações, Sturaro dispensou o apoio popular. “PM não tem que deixar a população desassistida, existem outras formas de negociar. Greve não faz parte de nossa doutrina. A população não tem que apoiar greve da polícia”, diz o coronel.

Preparo - “O policial mal preparado deve ser denunciado em qualquer situação. Estamos preparando os nossos psicotestes para que os policiais atuem de forma equilibrada e tenham uma carreira sólida”. Afirma.

Bocão News

Um comentário:

  1. Não é difícil concordar com ele, basta que cada praça tenha que devolver mensalmente dinheiro ao Estado - como faz a maioria dos oficiais superiores- tenha os Ds do oficialato, viatura para pegar e deixar em casa na hora que bem quiser, não tenha que morar entre os marginais na periferia, não tenha seus familiares reféns da bandidagem, tenha o poder de defender seus pares e afilhados.
    O que falta ao alto clero miliciano? tem poder, dinheiro, prestígio, voz. O que fica às praças? cumprir ordens com o risco da própria vida, degladiar com pobres/negros/excluídos, entre eles cidadãos de bem sem farda que vão às ruas reivindicar direitos negados inclusive aos cidadãos fardados, que orgulhosos defendem o sistema e atiram bombas de gás, balas de borracha, espargem spray de pimenta contra seus pares, como quem atira contra o espelho.
    A cada cena de desproporcionalidade promovida pelos meus irmãos de farda contra meus filhos nas ruas do país, lembro-me de uma tropa acuada, entrincheirada e subjugada, pelo governo, exército e sociedade, dentro da Assembleia Legislativa da Bahia. Contudo, agora sei o porquê de o povo não ficar do nosso lado: nós o maltratamos na primeira oportunidade de defender o sistema e este sem olhar atrás responde à população, vamos apurar e punir.

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